Comentar sobre futebol é fácil e difícil! Fácil quando se comenta no dia seguinte ao jogo! Difícil quando se espera previsões exatas. Talvez seja a modalidade esportiva mais sujeita a variáveis que existe. Certo é que quando tudo vai bem, as previsões se tornam mais plausíveis: fase boa, vitórias, ambiente bom, confiança em alta... Já quando é o oposto, aí é mesmo o inferno na Terra! Na fase da “draga”, por mais competentes que sejam os profissionais do clube, muitas vezes não se sabe mesmo nem o que fazer... é tentar apenas ter calma e cabeça no lugar para não tomar atitudes que piorem ainda mais as coisas... não dá nem pra fugir do velho cliché: Trabalhar, conversar, focar... levantar a cabeça, etc., etc.
E tem horas que a coisa realmente não funciona, ou demora demais a dar liga. Tem horas que a bola simplesmente não entra. Entrar por acaso, pode até acontecer, mas é muito raro! Não entrar por incapacidade ou limitações já é bem mais comum. O Cruzeiro vive isso no momento! Três rodadas atrás era só otimismo graças a duas vitórias seguidas (Atlético e Bahia).
A situação é extremamente tensa por uma série de motivos e, ao contrário do torcedor mais passional, entendo que não é caçando bruxas, invadindo o campo ou o CT, que se resolve! Pelo contrário, só tende a piorar as coisas...
Então, vamos lá: Como sabemos, futebol é paixão e é momento! Então, o ótimo trabalho feito no ano passado já não vale mais nada e tudo o que se ouve é que Ronaldo e staff não sabem nada, etc., etc. Como já passei dessa fase da passionalidade há muito tempo, não enxergo dessa maneira!
A proposta de Ronaldo era a de um crescimento paulatino e sustentável fundamentado na austeridade e num projeto técnico de excelência, no que concordo e apoio. Ano passado funcionou perfeitamente! No entanto, estamos falando de futebol... e aí o “Imponderável FC” sempre pode pregar algumas surpresas. O elenco do Cruzeiro é modesto, limitado, medianamente homogêneo . Este time joga no seu limite técnico! Não há nada de falta de vontade, de raça, de ser time pipoqueiro ou coisas do tipo que o torcedor sempre levanta por ocasião de alguma derrota.
Houve sim, um erro de cálculo em relação o investimento para se disputar uma Série A. Hoje se percebe que deveriam ter investido mais e que houve contratações erradas como as de Gilberto, ou Henrique Dourado, ambos sem um mínimo de força explosiva e, consequentemente, da competitividade essencial para a prática do futebol de alto rendimento. Quando esses dois ainda atuavam juntos, era como se o time estivesse jogado com dois jogadores a menos!
Sofreu ainda com as graves lesões de Ramiro e Bilu, com o afastamento do Richard... todos eles, jogadores que vinham em uma ascendente... mas isso faz parte! Nem dá pra lamentar! Tivesse o Cruzeiro, um jogador como o Victor Roque no seu ataque e o time estaria era brigando por vaga na Libertadores, pois foi patente desde o início do campeonato que o time era organizado, sabia construir o jogo desde a defesa, mas ao chegar no último terço, a incompetência era generalizada... um time que simplesmente não sabia fazer gols!
Os últimos acontecimentos geraram uma crise: 3 derrotas seguidas, futebol baixo da crítica em Curitiba, invasão de campo (pode gerar graves punições ao clube!), zona de rebaixamento, demissão do Zé Ricardo...
Acho que as últimas medidas tomadas (se preparar longe de BH, efetivar uma comissão técnica com a supervisão do grande Paulo Autuori...) soam como as mais sensatas para o momento. Hora de blindar o grupo, elevar o moral e, por que não, dar uma chance no ataque para jovens como o Ruan Índio do Sub-17... acredito que esse moleque pode se consagrar e ajudar muito o time nessa reta final!
Saudações,
Chico
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